terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Crônicas de Rondônia (19/02) – Rondônia contra Renan

A um passo do precipício

Fora Renan2No próximo Domingo (24/02), às 16:00 hs, ocorrerá na capital de Rondônia um manifesto de grupos organizados que pretendem fazer chegar aos ouvidos de toda nação a indignação do povo rondoniense com a permanência do senador Renan Calheiro na presidência do senado federal. O Ato público é promovido por, empresários, artistas, jornalistas e cidadão de bem que desejam ver o país livre da corrupção e da bandalheira que se tornou o Congresso Nacional. Com a abusiva eleição do senador Renan Calheiros, por meio de votação secreta, a população brasileira em geral sentiu-se esbofeteada pelos seus representantes que deram um claro indício de que não respeitam a opinião de seus eleitores. O evento promete contar com a participação de muitos moradores de Porto Velho.

Dia do Basta

Fora RenanO manifesto que se intitula “Dia do Basta”,  e não se resume apenas a declarar a revolta pela votação em Renan Calheiros, pretende deixar bem claro para os senhores deputados federais,, senadores e políticos de todo Estado que a população está cansada de se sentir “feita de palhaça” e que tais desmanados estão provocando atos coletivos que podem sim promover grandes mudanças no cenário político, basta ver a criação da própria “Lei da Ficha Limpa”, em 2010, com a coleta de mais de um milhão de assinaturas e que hoje provoca tanta dor de cabeça na vida de políticos e funcionários públicos país afora.

Petição em andamento

Uma outra coleta de assinaturas, realizada pelo site internacionalmente reconhecido, por ser uma rede campanhas globais, abordando os mais variados assuntos de interesse público, o AVAZZ, já conseguiu em tempo recorde angariar mais de 1,6 milhões de assinaturas para apresentar ao Congresso Nacional em petição pelo impeachment do presidente Renan Calheiros, que se acontecer, será o primeiro na história do senado brasileiro.

Motivos de sobra

Para os organizadores da comunidade, que tem fórum internacional, o que está acontecendo na política brasileira é uma tragédia sem precedentes e que precisa ser evitada a qualquer custo. Segundo eles, Na última vez que Renan foi acusado de crimes e outras sujeiras, em 2007, os senadores criaram um bloco de oposição e se recusaram a trabalhar com ele até que ele renunciou. Nós podemos pedir que eles façam isso de novo. A pressão pública em cima de Renan é tão grande que apenas 35 senadores admitiram ter votado nele. A maioria é contra ele ou tem vergonha de dizer que votou nele.

Não podia ser mais claro

As acusações contra Renan não são compatíveis com a Presidência do Senado. É ultrajante ter um homem presidindo o legislativo do Brasil com um processo de escândalos de corrupção no Supremo Tribunal.
E há mais: a eleição de Renan foi provavelmente inconstitucional. Nossa Constituição não prevê uma votação secreta para a presidência do Senado. E nunca houve uma clara posição pública sobre esta nomeação. 1,6 milhão de nós se uniram para dizer "NÃO!". Isso é o equivalente a uma iniciativa popular e duas vezes a quantidade de votos que Renan recebeu para ser eleito Senador.

Pra completar

Na quarta-feira, o grupo vai criar um ato sem precedentes na frente do Senado e causar um rebuliço na mídia. Os senadores, Pedro Taques (PDT), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), Eduardo Suplicy (PT) e Randolfe (PSOL) já concordaram em nos receber, mas todos serão convidados - agora vamos inundar os Senadores com mensagens e deixar claro que eles não podem mais se esconder atrás do voto secreto e por isso vamos ver se eles aparecem ou não para ouvir o apelo do povo para uma ação.

Fora Renan em 48 horas

Dentro de 48 horas, vão entregar nossa poderosa petição com quase 1,6 milhão de assinaturas da campanha “Fora Renan” para o Senado. Mas para vencermos, precisamos, neste momento, aumentar a pressão - veja como em:

http://www.avaaz.org/po/fora_renan_senators_e_stf_2/?bYwYCdb&v=22105

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: