domingo, 24 de fevereiro de 2013

Crônicas de Rondônia (26/02) - Porto Velho às margens da insegurança total

Ai “Patrão”, Ou dá ou “vaza”

Está se tornando cada vez maior o número de casos de abusos de indivíduos que se intitulam Guardadores de carros, os famosos “flanelinhas” a assediar e hostilizar verbalmente a população em locais de grande fluxo de movimento. Em alguns caos, temos exemplos de pessoas que são praticamente ameaçadas a oferecer algumas moedas sob os olhares odiosos desses elementos que mais parecem verdadeiros marginais em seu comportamento. Não é raro ouvir as seguintes sugestões subliminares em caso de não ter dinheiro para “pagar” o serviço de segurança oferecido pelos mesmo: “Eu podia estar assaltando, estuprando ou matando, mas, tô aqui pedindo uns trocado pro sinhô”

Cidade loteada

Em vários casos é comum presenciar, principalmente na região central , disputas, bate bocas e até lesões corporais por espaços demarcados centímetro a centímetro por tais pessoas que promovem uma sensação de terror em famílias que buscam um pouco de lazer nas ruas de Porto Velho. Recentemente, na semana do Carnaval, assisti dois desses cidadãos se atracarem entre centenas de crianças e idosos na Praça Aloízio Ferreira, munidos de canivete e pedras, a tragédia só não foi maior por causa da intervenção de uma companheira de um dos agressores, porém, todos puderam assistir horrorizados a uma pedrada desferida no rosto do segundo envolvido na briga. Cenas dantescas de cinema dignas dos produtores do “"Cidade de Deus” ou “Carandiru” em plena Avenida Pinheiro Machado/PVH.

Pra onde vão os nossos impostos?

Nessas horas de completa perplexidade social,  e evidente insegurança não há quem não se pergunte: Pra onde foi o imposto que eu paguei e que deveria me proporcionar uma cidade sem riscos de ter meu veículo roubado ou mesmo entregue em mãos de criaturas tão suspeitas quantos os próprios assaltantes. Pois a garantia de que seu carro não será danificado ou mesmo levado é zero. Ou seja, além dos impostos serem abusivos, extorsivos e desonestos, a maior carga tributária do planeta, pagamos dobrado para obter uma falsa impressão de que temos “tudo sob controle”.

Filme Crepúsculo ganha o “Framboesa de Ouro” Estrela

O último capítulo da saga de "Crepúsculo" dominou no sábado (23), com sete estatuetas, a "antipremiação" Framboesa de Ouro, um evento que reconhece o pior do cinema, que também recompensou a cantora Rihanna e um velho favorito do evento, Adam Sandler. "A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2" venceu o Framboesa de Ouro nas categorias de pior filme, pior atriz (Kristen Stewart), pior ator coadjuvante (Taylor Lautner), pior casal de cinema (Lautner e Mackenzie Foy) e pior elenco.

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O longa-metragem levou ainda os prêmios de pior remake e pior diretor para Bill Condon. O Framboesa de Ouro, que tem os vencedores anunciados na véspera do Oscar, é considerado o antônimo à cerimônia oficial anual da Academia de Los Angeles.

Caso Naiara - De volta a (in) segurança pública

Após esse breve momento de descontração, é impossível deixar de falar nos sucessivos desaparecimento de jovens e senhoras, que misteriosamente saem para realizar qualquer tarefa do cotidiano e simplesmente viram fumaça sem deixar qualquer rastro para as investigações em andamento. O Assunto já ganhou ares de filme de terror. Pois assim se deu com a jovem sequestrada, violentada e depois assassinada com 20 facadas,  Naiara Carine de 18 anos. Depois de completar 30 dias de sua morte, pais e amigos da vítima fizeram uma passeata neste domingo (24) na Avenida Governador Jorge Teixeira (BR 319), sentido colégio Tiradentes, no intuito de chamar atenção da população pedindo Paz e cobrando da polícia solução no inquérito que apura a morte da jovem. Passados mais de um mês de sua morte a polícia ainda não apresentou uma solução ao caso ou mesmo anunciou suspeitos ou efetivou prisões.

“A passeata além de alertar as pessoas, tem a função de pedir celeridade nas investigações como resposta à sociedade da violência sofrida pela jovem e que chocou a população local”, disse um dos manifestantes.

Jovem irresponsável que mobilizou a segurança do Estado estava “festando”

Outro caso de uma  jovem que também desapareceu misteriosamente na manhã deste Sábado (23/02), foi a jovem estudante de mestrado em letras da Universidade Federal de Rondônia (Unir) Melissa Velanga Moreira, de 22 anos. Ela saiu de casa dizendo à família que iria a uma biblioteca e não foi mais vista.

A polícia investigava o caso utilizando grande aparato de policiais e estrutura de segurança do Estado. De acordo com um primo da estudante, Mateus Stedile, Melissa saiu de casa por volta das 10h30, dizendo que iria a uma biblioteca pública, no centro da cidade, e em seguida resolveria um problema de alguns documentos. "Desde então não tivemos mais informações dela", disse o jovem, que foi a última pessoa que teve contato com Melissa. Segundo Mateus, a estudante ainda teria deixado uma mensagem privada em uma rede social para o namorado, avisando que se encontraria com ele em seguida, mas ela não apareceu.

Diversas mensagens de parentes e amigos foram rapidamente pulverizadas pelas redes sociais, dando conta que a jovem tivesse realmente sido sequestrada ou até mesmo coisa pior. Para surpresa de todos, na noite deste Domingo (24/02), a jovem reaparece do nada, alegando ter passado o fim de semana em uma chácara se divertindo com amigos. Parentes de Melissa disseram que não podiam dar nenhuma informação sobre o que de fato aconteceu.

A Delegacia de Homicídios informou que Melissa estava “festando” – o termo é da delegada – numa chácara enquanto todos a procuravam. O sumiço da jovem mobilizou milhares de pessoas nas redes sociais, principalmente o Facebook, onde pipocaram as reclamações e críticas contra a polícia.

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Aconteceu - Rondônia pede “Basta”

Na tarde deste Domingo (24/02), organizados em centenas de pessoas, um grupo significativos de manifestantes abriram mão de seu descanso semanal para comparecer em baixo de forte chuva ao complexo turístico da Estrada de Ferro Madeira Mamoré e expressar a sua indignação pela permanência de Renan Calheiros na presidência do Senado Federal.

Estrela(Framboesa de Ouro (Razzie Awards), que também acontece em Los Angeles,  é um prêmio cinematográfico, que faz paródia do Óscar, e premia só os piores filmes produzidos ao longo de um ano. Atualmente é escolhido por internautas membros da "associação Framboesa de Ouro", um total de 657 membros. )

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: