sábado, 27 de abril de 2019

Queda de braço entre Prefeitura e Câmara lança Alta Floresta na berlinda do marasmo ao caos


Publicado em 27/04/2019 – 

Após críticas severas que partiram da tribuna da Câmara municipal contra o prefeito e seu secretariado, vereadores são acusados pelo secretario de obras de serem os grandes responsáveis da inoperância na demanda do município.

A cidade “pegando fogo” e os políticos ficam se degladiando como se não tivessem culpa no cartório.

Na semana passada, pelo menos 9 dos 13 vereadores utilizaram a tribuna da Câmara para “excomungar” a administração Aziel Bezerra no município de Alta Floresta, e aproveitaram para incluir no bolo alguns secretários que, segundo eles, não detém qualquer planejamento dentro da pasta que atuam, justificando assim a total falta de produtividade e o caos instalado na infra-estrutura, saúde e educação do município.

Uma das secretarias mais atingidas pelos inúmeros ataques dos vereadores foi a secretaria de obras, que é dirigida pelo ex-prefeito Elói Luiz de Almeida, o qual foi acusado de não ter harmonia com o prefeito e não conseguir organizar um plano de ação eficiente para gerir a pasta que comanda.

Na visão dos vereadores, o que falta é planejamento, e não só na secretaria de obras, mas, no quadro de secretariado em geral, que não tem em sua grande parte nem noção de como conseguir solucionar os problemas apresentados pela população, pois há uma total falta de comunicação e disponibilidade de agir por parte do chefe do executivo, que mesmo tendo conhecimento dos problemas nas secretarias, não dispõe meios para resolve-los.

O prefeito do município é uma figura mitológica, a cidade está em chamas e ele não aparece nem pra dizer bom dia, até parece aquele piloto que sumiu, ninguém sabe , ninguém viu… E quando aparece, é pra defender vereador que pediu alguma coisa em troca de votar a favor de que o Nepotismo prevaleça na sua administração. 

Em contra partida, na manhã desta sexta feira (26/04), o secretário de obras, Elói Luiz de Almeida, quebrou o silêncio e veio a público lembrar a sociedade que as coisas não são bem assim como querem “desenhar” para a população, pois não como os vereadores se esquivarem de sua “mea culpa”, pois tem grande parte de responsabilidade em tudo o que o município está atravessando, uma vez que eles são os únicos que aprovam e desaprovam qualquer medida econômica e fiscal no município sabem muito bem que a questão dos salários baixos, que vem causando muitas baixas nos postos de trabalho da prefeitura, poderia ter sido evitada ou apresentada outra alternativa pela Câmara lá atrás, quando aprovaram o que a prefeitura enviou, se não o fizeram foi por que a “incompetência” foi deles também.

Em grande parte o Secretário de obras está corretíssimo, mas, por outro lado os vereadores também estão no caminho certo, deveriam já ter acordado pra isso há algum tempo atrás, mas, antes tarde do que nunca, ou seja, apesar dos salários estarem incompatíveis com o mercado de trabalho, há sim uma falta de planejamento visível nos principais setores da administração municipal.

O Marasmo e o Caos

Enquanto isso, as ruas, os bairros, os postos de saúde, as farmácias básicas, as estradas, os ônibus escolares, os educadores, os médicos, a falta de concursos e os servidores em geral estão relegados a mais completa Atrofia Progressiva, também conhecido na patologia como “MARASMO”.

E quem paga essa conta são os cidadãos alta florestenses que infelizmente escolheram pessoas ineficientes e ou mesmo despreparadas para assumir o comando do município, muitos dirão que no fundo a culpa é do próprio povo que escolheu errado, e eu sinceramente as vezes penso dessa forma também, mas como acusar o povo, mesmo que tenham vendidos seus votos, de alguma coisa se este elege governantes que mentem, prometem, enganam e não correspondem, mesmo que minimamente, ao que juraram fazer quando assumiram seus postos. Quando eu era criança, meus pais e meus avós me ensinaram que você não é obrigado a prometer nada à ninguém, mas, a partir do momento que você prometeu, você cumpra, se não cumprir é um mentiroso.

A beira do CAOS, com muito esforço acaba sempre sobrando para o Ministério Público, que tem um efetivo reduzido pra atender tantas demandas auto-incriminatórias provocadas pelos próprios políticos, mas, faz seu trabalho na medida do impossível, “quem sabe” este já esteja preparando alguma medida extrema pra fazer a engrenagem administrativa estagnada  e corrompida do município voltar a girar, mas, por enquanto é só “quem sabe”.

Em outra linha de raciocínio, o povo não cassa prefeito, só os vereadores podem fazer isso, o povo não cassa vereadores, só eles mesmo podem se desbancar, e mesmo que povo tente acaba sendo envolvido em tramóias política que nunca permitem tais cassações, a não ser que haja uma mobilização gigantesca que pressione os legisladores a cumprir o seu papel, ou seja, será que vamos ter que esperar a “vaca ir pro brejo” em Alta Floresta, ou será que a “vaca já está no brejo” e o povo terá agir no lugar dos políticos que os elegeu? Deu uma coisa eu sei, se o povo soubesse a força que tem, jamais ficaria assistindo a tudo isso de braços cruzados.

Nenhum comentário:

Pesquisar matérias no Blog

Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: