segunda-feira, 15 de abril de 2019

VÍDEO | Rodovias MTs 320 e 208 cada dia mais intransitáveis, motoristas não aguentam mais prejuízos e mortes

O estado precário das MTs 320 e 208 obriga os motoristas a transtornos cada dia maiores e mesmo com a previsão de recuperação e instalação de praças de pedágio ainda falta muito tempo que podem custar prejuízos e mortes nas estradas.

Os trechos cada dia mais perigosos se transformam num desafio de vida ou morte aos motoristas.

A nossa equipe percorreu o trecho entre Alta Floresta e Colíder para constatar aquilo que já é sabido de todos os que precisam transitar nestas rodoviais estaduais, ou seja, estradas impraticáveis que há anos já deveriam ter recebido atenção especial do governo estadual, e que por pura omissão já causou milhões em prejuízos e perdas inestimáveis de vidas humanas.

No vídeo que exibimos, selecionamos os trechos mais críticos, inseridos em extensos 17,30 minutos que só de assistir já causam uma enorme revolta e indignação pelo descaso do governo para com a população já tão sofrida do extremo norte do Mato Grosso.

A todo momento o risco de acidentes fatais é constante, pois ao tentar uma ultrapassagem qualquer motorista desavisado dos inúmeros buracos pode se ver em uma situação sem escapatória.

Mesmo assim, não é raro ver também caminhoneiros  experientes abusando do perigo, bem como camionetes que julgam estar livres de acidentes por confiar demais na potência de seus motores, mas, se esquecem que um simples pneu furado pelo impacto de um buraco pode levar ao completo descontrole do veículo.

Em meio a essa roleta russa estão aquelas pessoas mais precavidas que não ultrapassam limites de velocidade e nem arriscam além do permitido nas leis de trânsito, porém, acabam virando alvo daqueles que não acreditam no perigo.

A exemplo do descaso e do péssimo estado em que foram restauradas, temos a MT 320, que passa por Colíder e vai até o trevo de Nova Santa Helena, quando chega a BR 163, e que foi completamente recuperada em 2018, com o custo de 11 milhões de reais, porém, está irreconhecível pelo curto período de tempo desde a data de sua entrega.

Já a MT 208, que está asfaltada apenas pelos municípios de Carlinda, Alta Floresta, Paranaíta em quase chegando a Nova Bandeirantes, é o retrato do abandono completo coma região, que quando em época de campanha recebe inúmeras promessas de investimentos, e quando as eleições se vão nunca nada acontece, mesmo aqueles políticos que prometeram tendo recebido os votos que pediram.

Governo assinou contrato com Concessionária para recuperação

Em recente assinatura de contrato com a vencedora do leilão dos trechos das duas MTs, a Concessionária Via Brasil, vai dar inícia a recuperação do asfalto e implantação das praças de pedágios, porém, conforme justificativa do fluxo de trânsito, os 188 quilômetros que deverão restaurados e mantidos pela Concessionária não serão duplicados, o que causou muito desgosto nos moradores da região que esperavam receber a mesma consideração nas obras, que os municípios de Nobres e Nova Mutum tiveram.

Ao apresentar a justificativa de que a região não tem tráfego suficiente que comporte a duplicação, o governo e a concessionária aparentemente não depositam fé no crescimento da região, ou simplesmente sabem e não querem reconhecer, veem e não querem admitir que a nova fronteira agrícola do Mato Grosso vai precisar de estradas duplicadas num futuro bem próximo.

Total falta de visão comercial

Como se não bastasse essas perdas inestimáveis, há ainda o aspecto econômico que emperra o desenvolvimento agrícola e comercial da região, que tem no gado e nas novas plantações de culturas promissoras, como a soja, a grande esperança de crescimento do agronegócio mato-grossense. 

Coisa que com um investimento irrisório atrairia bilhões de reais em arrecadação ao Estado, que ao que tudo indica, trabalha na contra mão do bem estar de seu povo.

ASSISTA O VÍDEO COM AS IMAGENS DO ESTADO CALAMITOSO DAS MTs 320 e 208:

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: