terça-feira, 23 de abril de 2019

Câmara de Alta Floresta abre fogo contra administração Asiel Bezerra e exige planejamento de secretários


Envoltos em um coro quase uníssono, vereadores usaram a tribuna da Câmara Municipal, na sessão desta terça (23/04), para tecer pesadas críticas contra a administração do prefeito Aziel Bezerra (PMDB) e secretários, que segundo algumas declarações de vereadores está indo de mal a pior e corre o risco até mesmo de afastamento.

Voltaram a criticar duramente o prefeito Aziel Bezerra e suas equipe de secretários tanto vereadores da base como da oposição

Apenas a vereadora Aparecida Sicuto (PSDB), que pertence a base e a liderança do prefeito na Câmara não se manifestou, contra o chefe do executivo municipal, teve um aparte apenas para justificar que o projeto que incentiva empresas novas foi retirado por conter erros do executivo.

Já o presidente da Câmara, Emerson Machado (PMDB), chegou a sugerir que se a coisa continuar do jeito que está, “ou eles vão fazer a coisa certa, ou daqui uns dias o prefeito tá afastado de novo, olhe lá, daqui uns dias o prefeito tá afastado de novo se não tomar as devidas “providências””.

O vereador Dida Pires (PPS), fez uso da palavra para declarar que vai revogar o artigo de lei que, segundo ele, impossibilita a contratação de bons trabalhadores, pois conforme está só permite contratação de profissionais braçais pelo valor máximo de apenas um salário mínimo de R$ 998,00.

Para o vereador Dida Pires é um valor impraticável para os profissionais de vários setores, a exemplo dos contratados do setor de obras do município, que não se encontra nenhum operador de máquinas e mecânicos disposto a trabalhar pelo valor de apenas um salário, por ser função de perícia específica e de ganho elevado.

O vereador Mequiel Zacarias (PT), afirmou que o secretário de obras pediu aos vereadores para que os mesmos intercedessem junto ao prefeito, e considerou que isto acaba se tornando uma clara evidência de que a administração municipal já perdeu completamente suas bases, pois nas palavras do vereador:

“Eu acho que já passou da hora dessa Câmara ter um posicionamento mais firme… pois quando chega na  situação de um secretário do executivo municipal pedir pro legislativo intervir pra que ele seja atendido, ai a gente tem um situação realmente que não vai dar certo… se o próprio secretário, que é um cargo de confiança do prefeito, não consegue dialogar com o prefeito, nós também não vamos conseguir… É um secretário, pedindo pra que a gente resolva um problema que ele deveria resolver direto com o prefeito”.

A vereadora Elisa Gomes (PDT), em seu discurso denunciou que há mães de alunos da área rural afirmando que seus filhos só estão tendo aulas apenas duas vezes por semana, pois o transporte escolar só passa em dois dias da semana, e isso tem que ser averiguado pelos vereadores, por que se tiver realmente acontecendo o executivo precisa dar satisfação a sociedade.

Além destes, usaram a tribuna também para expressar suas indignações contra a forma de governo, morosidade e total falta de atenção para com o legislativo, por parte do prefeito Aziel Bezerra, os vereadores Tutti, Dr. Charles e Mendonça. Se abstiveram de falar os vereadores Luiz Carlos de Queiroz, Elói Crestani e Edmilson Siqueira.

OUÇA A ÍNTEGRA DA SESSÃO COM O ÁUDIO DAS CRÍTICAS DOS VEREADORES:

https://soundcloud.com/dannybueno_marketing_jornalismo/sessao-ordinaria-camara-de-alta-floresta_23042019

ASSISTA UM PARTE DOS DISCURSOS DOS VEREADORES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DO EXECUTIVO:

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: