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quinta-feira, 26 de novembro de 2020

25 de Novembro - Dia dos Pioneiros de Alta Floresta relembre a história do fundador

A data, 25 de Novembro, foi escolhida por marcar o dia do nascimento do colonizador e fundador do município de Alta Floresta, Ariosto da Riva, que nasceu em 25 de Novembro de 1915 e faleceu em 25 de Julho de 1992.

ARIOSTO DA RIVA

As frases “integrar para não entregar” e “Nada resiste ao trabalho”, marcaram a memória e o destino de milhares de famílias que se dirigiram a região norte de Mato Grosso a partir de 1974, quando o intrépido desbravador Ariosto da Riva, agraciado  pelo jornalista David Nasser, com o título de “O último Bandeirante do século XX”.

No dia 19 de maio de 1976, fundou-se a município de Alta Floresta com o propósito de ter uma economia baseada na agricultura. A emancipação político-administrativa se deu em 18 de dezembro de 1979.

O nome “Alta Floresta” foi escolhido por um concurso realizado por uma emissora de rádio da capital, “A Voz do Oeste” e jornais cuiabanos, organizada pelo coronel José Meirelles, para a escolha do nome de uma “futura cidade”. A então professora Nelza Luci Asvolinsque Faria foi a ganhadora do concurso, que recebeu um prêmio simbólico em dinheiro, além de uma entrevista na rádio.

Com o município criado em Dezembro de 1979, através da Lei Estadual nº 4.157, Em 3 de junho de 1980, o Presidente da República, João Batista Figueiredo, visitou Alta Floresta e escutou de Ariosto da Riva a seguinte frase “…Alta Floresta terá o direito de se orgulhar por ter sido a cidade que em tempo recorde – apenas quatro anos – se tornou município, fato esse certamente único na história do País”.

Se estivesse vivo, Ariosto da Riva completaria 105 anos em 2021, porém com sua partida em 1992, a região norte de Mato Grosso aprendeu a conviver com seu legado de seriedade, honestidade e amor as suas conquistas e liderança que trouxeram tantas vidas para um lugar tão inóspito quanto insólito, que só mesmo que conhecia “Seu Ariosto”, poderia acreditar que esta “Terra Prometida”, algum dia aquela região vingaria em uma cidade tão rica e promissora quanto o povo que nela se estabeleceu.

O DIA DOS PIONEIROS

A data, instituída em 2007, por meio de um projeto de Lei, de nº 1.579/2007, da vereadora Elisa Gomes, tem o objetivo de homenagear e reconhecer as pessoas que ajudaram no desbravamento do município há décadas atrás e que colaboraram para o desenvolvimento da cidade.

Se você chegou em Alta Floresta até Dezembro de 1986, pode ser chamado de Pioneiro no município, sendo que segundo o projeto de Lei que instituiu a data comemorativa, são considerados “Pioneiros Desbravadores” aqueles que chegaram até 18 de Dezembro de 1979 (Data de emancipação de Alta Floresta como município), e os que chegaram a partir desta data, até 18 de Dezembro de 1986, considerados apenas de “Pioneiros”.

JUSTIFICATIVA DO PROJETO

O presente Projeto de Lei visa homenagear os primeiros moradores de Alta Floresta que, juntamente com seu colonizador, Ariosto da Riva, cuja data de nascimento é 25 de novembro, desbravaram e se aventuraram construindo esta cidade.
Será mais uma demonstração de respeito e gratidão aos pioneiros e ao Colonizador Ariosto da Riva, pois graças a eles podemos nos orgulhar de viver em uma cidade promissora como Alta Floresta.
Unirmos o Dia do Pioneiro a data de aniversário do grande colonizador Ariosto da Riva, é relembrar cada passo dado, para que hoje Alta Floresta se transformasse nesta cidade com ótima qualidade de vida e que não pára de crescer.

A HISTÓRIA DE ARIOSTO DA RIVA

ARIOSTO DA RIVA

Batizado com o nome de Batista Otoloni Ariosto da Riva, filho de um músico, logo aos 17 anos saiu de casa em sua primeira aventura, para se tornar garimpeiro de diamantes. Mais tarde, trabalhando para o bem sucedido empresário Geremias Lunardelli, principal responsável colonização de boa parte do Estado do Paraná, ele aprenderia os caminhos de sua definitiva profissão – Colonizador.

Com Lunardelli, o empresário-bandeirante aprendeu que “terra boa não tem distância” e já nos anos 50, começou sua primeira experiência como desbravador. Com um grupo de amigos, Ariosto da Riva fundou Naviraí, no hoje Estado de Mato Grosso do Sul.

Nessa primeira experiência, segundo relatos, muitas dúvidas e conflitos, fizeram o colonizador reavaliar seus projetos na região sul de Mato Grosso. Dirigiu-se então para São Félix do Araguaia, no hoje Estado de Mato Grosso, onde permaneceu por pouco tempo. Logo o solo se mostrou impróprio para a agricultura, a base do sonho da colonização.

Ariosto da Riva sonhava com uma reforma agrária particular, sem a burocracia do governo federal, onde os pequenos agricultores fossem privilegiados por uma terra produtiva acessível, e uma estrutura de cidade adequada.

Com essa missão de vida, em 1974, ele partiu para a selva amazônica, antes quase nada explorada, onde hoje está a cidade de Alta Floresta, no norte do Estado de Mato Grosso, quase na divisa do Estado do Pará.

Ali Ariosto da Riva comprou 418.000 hectares de terra, de uma firma do Rio de Janeiro, por um preço razoavelmente baixo, pois ninguém se atrevia a pensar em desbravar estas terras, onde não havia nenhum acesso terrestre, aéreo ou marítimo.

O Governo Federal através de uma licitação, passou para o colonizador mais 400.000 hectares como incentivo ao desenvolvimento da região norte do Estado de Mato Grosso, antes unificado.

Dessa iniciativa, surgiu a INDECO – Integração, Desenvolvimento e Colonização, empresa montada para iniciar o desbravamento e a atrair colonos do sul do país.

Fundou, ainda, na mesma região, as cidades de Paranaíta e Apiacás.

Os resultados obtidos como colonizador se devem, segundo ele próprio, principalmente a uma coisa: “trabalho, muito trabalho”. Sempre foi muito atento e se envolvia até nos detalhes aparentemente mais insignificantes nos negócios.

Se dependesse de Ariosto, seus projetos de colonização seriam sempre tocados com o coração. Quem garante são os seus filhos e os colaboradores que conviveram com ele.

Cidadão Honorário em muitas cidades, contar o que Ariosto da Riva, nas áreas onde ele deixou seu olhar, é tentar reproduzir a difícil simbiose que une o homem à terra, que os funde na vocação de gerar fluxo. Quando se trata de um homem que pôs o coração à frente das cifras e valores materiais, é querer transformar o sublime no grotesco de números, e mesmo correr o risco de diminuir os valores morais que dele emanaram.

Por onde passou, a impressão que se tem, ao conversar sobre Ariosto da Riva, com quem ele teve contato, é uma só – e até parece combinada. Foi um homem voltado para o trabalho, um empreendedor por natureza e, sintetizando esta e outras qualidades e atributos que lhe são conferidos, foi que amava este País e tinha imensurável fé nas perspectivas que este oferecia.

Sofreu não só com as barreiras impostas pela natureza, mas também da vida. Quando pensou que tudo já lhe tinha acontecido, um desastre familiar abalou o “velho Ariosto”, como era carinhosamente chamado pelos amigos, e pelo seu filho Ludovico da Riva Neto, falecido em 1990, em acidente aéreo, quando almejava uma carreira política mesmo contra a vontade de se seu pai.

Foi um golpe do destino jamais sentido pelo colonizador, pois Ludovico era seu braço direito nas empresas e na família. Toda região Norte do Estado também sofreu, pois era o sucessor de Ariosto também no carisma, na bondade e no trabalho. Partia de uma forma triste e sofrida. Ludovico foi sempre generoso, de uma fibra idêntica ao pai e muito solidário.

FILHO HERÓI

Ludovico provou todas essas virtudes, quando do ocorrido acidente aéreo com ele e seus companheiros de campanha política. Ele foi o primeiro a sair da aeronave logo que a mesma pousou, já estava livre, quando deu a volta por trás do avião para abrir a porta do lado do piloto e liberar seus companheiros que estavam em dificuldades para sair, quando ocorreu uma tremenda explosão. A coragem e sobretudo a solidariedade falaram mais alto no momento.

Ludovico e sua esposa tiveram uma passagem de dois anos por Naviraí, nos anos 69/70, quando residiram na Fazenda La Reina, hoje Araçatuba. Ludovico foi o primeiro diretor do então Colégio Estadual de Naviraí, hoje E.E. Presidente Médici.

Nos seus projetos de colonização expressões indígenas da região colonizada, em Naviraí os índios Tupi-guarani, no caso de Paranaíta, o topônimo homenageia o Estado do Paraná, de onde veio grande parte dos habitantes do lugar, acrescido do sufixo “ita” que significa Pedra. Destaca-se na região um local chamado “Pedra Preta”, de excepcional beleza. Uma enorme pedra que abriga um dos maiores painéis de pictogravuras do mundo.

Apiacás – tribo indígena do Brasil. Língua Apiacá, falada pelos índios Apiacás também conhecido como Apiaká, localizados nos Estados de Mato Grosso e Pará. No recenseamento de 2001 o grupo contava com 192 indivíduos (dados do Museu de História Natural de Alta Floresta).

Ariosto da Riva, foi apelidado pelo grande jornalista David Nasser de “O Ultimo Bandeirante do Século XX”, por ter a ousadia de penetrar na Floresta Amazônica e implantar projetos de colonização onde ninguém acreditava.

Ariosto da Riva, o último dos bandeirantes, por muitos considerado “louco, insano, sonhador”, foi um colonizador, um verdadeiro fazedor de cidades.

Durante mais de trinta anos Ariosto se dedicou a construir, a escrever a história moderna de Mato Grosso com seu trabalho e sua visão empresarial de vanguarda. Ariosto da Riva se foi, mas deixou um magnífico exemplo a ser seguido por muitos.

Em 25 de julho de 1992, Ariosto da Riva fechou os olhos.

Deixou Naviraí, Paranaita, Apicás e Alta Floresta – sua paixão onde o seu corpo está sepultado. Entrou para a galeria dos que construíram o Brasil. Virou lenda.

Sua têmpera esculpida pelo trabalho incessante ao longo dos seus 77 anos abriu caminhos para o desenvolvimento de Mato Grosso e ao sonho de milhares que buscavam no Nortão as oportunidades que buscavam em seus lugares de origem.

Seus filhos e netos têm muito a se orgulhar deste homem de fibra, de espírito empreendedor, bem como todos aqueles que com ele conviveram.

Ariosto da Riva deve ser lembrado por nossas autoridades e por todos aqueles que o conheceram e aos que não tiveram esse privilégio, tivemos a honra de transcrever estas linhas para que agora passem a conhecer a figura deste lendário visionário.

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: