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terça-feira, 11 de julho de 2023

ENTREVISTA | Cozinheiras são demitidas pela prefeitura, após vereadores flagrarem irregularidades em escola de Alta Floresta

Segundo as servidoras, as demissões aconteceram devido a resistência em seguir “ordens” para ficarem em silêncio sobre certas situações estranhas das quais eram proibidas de se manifestar.

A sequência de fatos foi desencadeada dias após a visita surpresa dos vereadores Luciano Silva (Podemos) e Zé Eskiva (PL), na Escola Municipal Vicente Francisco da Silva, do Bairro São José Operário, na sessão do último dia 31/05/23, e na ocasião acabaram flagrando um funcionário de um supermercado entregando produtos que não condiziam com a mercadoria declarada na nota fiscal.

Na tribuna da Câmara, o vereador Luciano Silva contou o episódio ocorrido na escola e disse que existem membros da administração que fazem de tudo para impedir suas atividades de fiscalização diante de denúncias que vem recebendo, mas, que se for preciso irá envolver até mesmo o GAECO do MP/MT,  para frear tais servidores que tentam impedi-lo de realizar seu trabalho.

A visita dos vereadores ocorreu 30 dias antes da demissão, e as demitidas foram as mesmas cozinheiras que estavam no dia do flagrante, sendo repreendidas logo após saída dos vereadores e forçadas a ficar em silêncio sobre a visita dos vereadores, mas, mesmo obedecendo, acabaram perdendo seus cargos, sem serem apresentadas razões plausíveis que levaram a tal decisão. Elas simplesmente chegaram pra trabalhar no período da tarde e foram informadas que não faziam mais parte do quadro de funcionárias, sem direito se quer de se despedir das crianças.

O vereador Luciano Silva, em discurso na tribuna da Câmara Municipal, apresentou os fatos como sendo de extrema preocupação e até mesmo suspeitos de graves ilegalidades com relação aos produtos gêneros alimentícios fornecidos a escola.

VEJA O DISCURSO DO VEREADOR:

Segundo as cozinheiras, acreditam que as demissões tenha sido por causa do princípio de incêndio ocorrido em uma pequena dispensa, sem ventilação, onde ficava de forma irregular um forno industrial, fora da cozinha, junto com alimentos estocados, colocado ali para assar alimentos, mesmo não estando dentro das dependências apropriadas (cozinha).

ENTREVISTA REVELADORA

Uma das cozinheiras dispensadas sumariamente pela Secretaria Municipal de Educação, concedeu entrevista em nossa redação e expôs a forma como eram tratadas pelo diretor e membros da diretoria que fazem parte de um conselho interno composto por 5 pessoas, que julgam e determinam quem sai ou quem fica na escola.

Concordamos em não revelar o nome completo da servidora entrevistada, que se sente ameaçada, mesmo após a demissão, e devido a forma como era tratada pelo próprio diretor com ameaças veladas que posteriormente foram declaradas abertamente por Ozias Pego, com as seguintes palavras: “é melhor você ficar quieta senão a sua cabeça vai rolar”. Vamos identifica-la apenas pelas suas iniciais I.B.S.

FORNO “EXPLODIU” E CAUSOU INCÊNDIO

Segundo a entrevistada (áudio abaixo),  uma a suposta explosão, ocorrida no dia 28/6 (Quarta), de um forno que ficava em uma dispensa de alimentos (que foram contaminados pela fumaça do incêndio), se deu por falha no acondicionamento dos botijões de gás que ficavam ao lado do forno, e com a mangueira de gás praticamente encostada no forno. Devido ao esquecimento de uma de suas colegas de trabalho, o forno teria ficado aceso por mais de 4 horas (por volta das 07:00hs às 11:30hs), vindo a derreter a mangueira e com isso provocando uma explosão.

Quanto a responsabilidade em cuidar cuidar da permanência do alimento que estava sendo assado, I.B.S. atribui a cozinheira do dia, e que chegou a perguntar se ela não se esqueceria de desligar o forno, pois já estava na sua hora de para casa, sendo a mesma a tranquilizou dizendo que tinha pedido para a colega da limpeza olhar o forno para ela, portanto, não se sente responsável pelo acidente ocorrido ou teve qualquer participação no episódio.

Segundo I.B.S., a maior responsabilidade estaria por conta da diretoria da escola que mesmo tendo conhecimento de que os botijões de gás devem ficar afastados do forno nunca se importou em prevenir tal perigo com uma barreira de contenção que pudesse evitar os riscos de explosão.

Segundo I.B.S., um grupo de 5 pessoas que determinam o destino dos servidores que trabalham dentro dos muros da escola, dentre estes o diretor Ozias Pego, sua esposa Fabíola (professora), outro par de professores casados e uma assistente do diretor que trabalham na escola, ao qual a cozinheira se referiu aos mesmo como “panelinha“.

Segundo I.B.S., são várias as “irregularidades” praticadas na escola, que induzem os servidores a ter medo dos dirigentes, tais “irregularidades” vão desde assédio moral com perseguição velada, censura expressa, alimentos recebidos sem notas, alimentos que não atendem as normas de padrão de qualidade, alimentos destinados as crianças que são consumidos prioritariamente pela diretoria e professores, falta de fiscalização técnica por parte do Corpo de Bombeiros, exposição das servidoras ao risco de morte e comportamento inadequado de profissionais do corpo docente, alimentos próximo do vencimento, carne que não condiz com o que está especificado na nota, sobras de alimentos (lavagem) seria vendida pelo diretor, e alimento amanhecido (arroz), servido de um dia para o outro para os alunos.

Diante dos fatos abusivos a que se sentiram submetidas, as cozinheiras registraram um Boletim de Ocorrência, de nº 2023/185110, no último dia 04/7 (Terça-feira), confirmando estas e outras declaração contra o diretor da Escola Vicente Francisco da Silva e seu corpo administrativo as autoridades policiais, para que sejam tomadas as devidas providências.

OUÇA A ENTREVISTA COM UMA DAS COZINHEIRAS DEMITIDAS:

 

O QUE DIZ O DIRETOR

Entramos em contato com o diretor Ozias Pego, da Escola Vicente Francisco, que a princípio começou a responder nossas perguntas, mas, passados alguns minutos desligou o telefone e não conseguimos mais respostas do mesmo.

Apesar da negativa do diretor em continuar a entrevista, o diretor chegou a afirmar que a determinação para que o forno ficasse da dispensa com alimentos partiu do Setor de Engenharia da prefeitura, quando fez a liberação para o funcionamento, segundo ele, após a confecção de um relatório.

Tentamos insistentemente contato novamente com o diretor Ozias Pego, mas, o mesmo não atendeu mais as nossas ligações.

BOLETIM DE OCORRÊNCIA CONTRA DIRETOR DA ESCOLA:

FOTO DO ARROZ AMANHECIDO FORNECIDO AS CRIANÇAS:

IMAGENS DOS ALIMENTOS FORNECIDOS PARA REFEIÇÃO DAS CRIANÇAS:

sexta-feira, 28 de abril de 2023

EXCLUSIVA | Alta Floresta no centro do escândalo criminoso da saúde, investigado pela PJC/MT

Uma história sombria digna de uma série premiada na Netflix trás no epicentro da trama, profissionais da área médica de Alta Floresta, envolvidos até o pescoço na investigação deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso.

Entre os indiciados e envolvidos pela PJC/MT, por meio de uma investigação minuciosa, comandada pelo Dr. Henrique Trevisan, a frente da “Operação Espelho II“, junto ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado – GAECO/MT, do Ministério Público do Estado de Mato Grosso – MPMT, na pessoa do Promotor Sérgio Silva da Costa, encontram-se médicos e servidores conhecidos do meio hospitalar que atendem junto ao Hospital Regional Albert Sabin – HRAS, unidade regional (Alta Floresta, Paranaíta, Apiacás, Nova Monte Verde e Carlinda), que atende apenas pacientes de natureza grave e gravíssima.

O processo revela, por meio de mensagens interceptadas pela PJC/MT a pedido do MP/MT,  que os suspeitos envolvidos especificamente com o contrato de licitação ganho para administrar as UTIs de Alta Floresta instaladas pelo governo estadual dentro do Hospital Regional Albert Sabin – HRAS, conversam sobre a “negociata” de forma sombria, monstruosa e repugnante, digna dos personagens do clássico filme “O Médico e o Monstro” (Dr. Jekyll e Mister Hyde – obra de 1885 – Autor: Robert Louis Stevenson). Nas conversas o grupo de médicos e empresários para lucrar ilegalmente às custas das verbas públicas repassadas para o combate à covid-19.

Mortes omitidas criminosamente

Nas conversas trocadas, por meio de mensagens promíscuas, o grupo versou sobre a omissão de eventuais mortes e irregularidades no Hospital Regional de Alta Floresta (790 km de Cuiabá) com intuito de garantir um ‘acordo de paz’ entre as empresas. Os trechos foram obtidos por meio de perícia técnica e o Sistema “Guardião” nos celulares dos envolvidos Luiz Gustavo Castilho Ivoglo (Cuiabá) e Osmar Gabriel Chemin (São Paulo), em que os médicos comemoram o enriquecimento em virtude da pandemia.

Trechos do processo:

 

 

Na lista dos nome de empresas, médicos e servidores que correspondem aos supostamente envolvidos e citados no processo de  investigação criminal, conhecidos e residentes em Alta Floresta e região estão médicos, empresários servidores e até citação em conversas de gente graúda da política municipal e regional, entre eles encabeça a lista o ex-secretário de saúde municipal na gestão passada, Marcelo de Alécio Costa, o Dr. Renes Leão Silva Filho, a Dra. Catherine Roberta Castro da Silva Batista Morante, Thaisa Babilonia de Lima (esposa de Renes) e a Dra. Thais Caroline Cavalcante de Sousa.

 

O preço da morte

Por meio das empresas, a organização criminosa simulava concorrência para a imposição de valores muito maiores que os praticados no mercado, mas serviços não eram fornecidos na forma contratada e, segundo a polícia, por vezes contavam também com o consentimento de agentes públicos fiscalizadores. 

De acordo com as descobertas da Polícia Civil, os investigados e as empresas constituídas se dedicavam a fraudar licitações  e contratos de prestações de serviços médicos, principalmente de UTIs, em todo o Estado. Foram identificados contratos fraudulentos com hospitais municipais e regionais de Mato Grosso, especialmente durante o período da pandemia da covid-19, os investigados intensificaram suas ações, valendo-se da fragilidade dos gestores públicos que se viam obrigados a contratar com urgência e, praticamente, a qualquer preço, os serviços médicos de UTIs.

Acordos Ilícitos

Entre as aberrações praticadas pelo grupo criminoso suspeito e investigado pela PJC/MT, o que chama mais atenção é o acordo estabelecido entre o empresário/médico Renes Filho e o empresário/médico Gustavo Ivoglo, tratando quanto a cessão de administração do setor de UTIs no Hospital Regional de Alta Floresta através de uma simples conversa troca de mensagens onde a empresa ganhadora – (BONE M ESPECIALIZADA LTDA – registrada em nome de Osmar Gabriel Chemin, Gabriel naves Torres Borges e Alberto Pires de Almeida), recebeu  a bagatela de R$ 500.000,00 para repassar a administração absoluta das UTIs ao Dr. Renes Leão Silva Filho, pela pagos por meio de um único PIX, transferido direto da conta pessoal da esposa do Dr. Renes Leão Silva Filho, a empresária/anestesista Thaísa Babilonia de Lima, como se fosse o pagamento de rupa comprada em uma boutique de luxo. Para garantir o bom funcionamento do esquema até servidores administrativos do Hospital Regional Albert Sabin eram citados como protegidos e ao mesmo tempo favorecidos pelo grupo criminoso, para a PJC/MT há indícios fortíssimos de pagamentos de propinas para que os mesmo ficassem calados diante de todas as atrocidades cometidas pelos médicos responsáveis do setor de UTIs. 

Trecho

Fases da investigação

A fase da investigação iniciada ainda em 2021, que surgiu a partir de uma denúncias anônimas e foi apresentada em continuidade pelo delegado Paulo Trevisan, da DECCOR/MT (Delegacia Especializada de Combate a Corrupção), junto a 7ª Vara Criminal de Cuiabá, em Dezembro de 2022, trás até o momento num processo sigiloso de 3.178 páginas, o qual nossa redação teve acesso com exclusividade, o suposto envolvimento de servidores do primeiro escalão da Secretaria Estadual de Saúde – SES/MT, médicos, empresários, servidores regionais e até políticos membros da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso – ALMT.

Ao todo, 7 empresas e os respectivos envolvidos em toda trama, já tiveram seus bens e contas bloqueados pela justiça por meio a partir da 2ª fase da “Operação Espelho“, iniciada no último dia 24 de Março, que trás a notícia crime sobre a formação de suposto Cartel de empresas que desde a 1ª fase da operação, em 2021 (a primeira fase da Operação Espelho investigou fraudes e desvios de valores ocorridos no contrato de prestação de serviços médicos no Hospital Estadual Lousite Ferreira da Silva – hospital metropolitano), em Várzea Grande.

Como desdobramento das investigações, o núcleo de investigação da DECCOR/MT apurou que empresas contratadas integravam um cartel dedicado a fraudar licitações e contratos de prestações de serviços médicos, principalmente, de UTIs, em todo o estado. Foram identificados contratos fraudulentos com hospitais municipais e regionais de Mato Grosso.

Nesta 2ª fase da Operação Espelho, foi descoberto que, especialmente durante o período da pandemia da Covid-19, os agentes intensificaram suas ações, valendo-se da fragilidade e desespero de gestores públicos que se viam obrigados a contratar com urgência e, praticamente, a qualquer preço, os serviços médicos de UTIs.

Por meio de suas empresas, a organização criminosa simulava concorrência para a imposição de valores muito maiores que os praticados no mercado. Os serviços não eram fornecidos na forma contratada, por vezes com consentimento dos agentes públicos fiscalizadores. Pacientes eram internados nas UTIs desnecessariamente, visando apenas o aumento dos lucros.

Os prejuízos apurados, até o momento, superam a casa dos R$ 35 milhões, com potencial de sensível aumento, conforme a investigação.

Sequestro de bens

Por ordem judicial, e buscando a reparação ao erário, foram sequestrados 36 veículos e bloqueados mais de 20 imóveis. Entre os veículos estão de marcas de luxo como BMW, Land Rover, Porsche, Audi, Jaguar, além de camionetes e outros automóveis de alto valor de mercado. Também foram bloqueadas casas e lotes em condomínios de luxo, além de fazendas no estado, com o objetivo de chegar, ao menos, aos R$ 35 milhões em bens sequestrados.

CARROS APREENDIDOS NA OPERAÇÃO:

#operacaoespelho #matogrosso #pjcmt #gaecomt #hras #hospitalregionaldealtafloresta 

EXCLUSIVA | Alta Floresta no centro do escândalo criminoso da saúde, investigado pela PJC/MT

Uma história sombria digna de uma série premiada na Netflix trás no epicentro da trama, profissionais da área médica de Alta Floresta, envolvidos até o pescoço na investigação deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso.

Entre os indiciados e envolvidos pela PJC/MT, por meio de uma investigação minuciosa, comandada pelo Dr. Henrique Trevisan, a frente da “Operação Espelho II“, junto ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado – GAECO/MT, do Ministério Público do Estado de Mato Grosso – MPMT, na pessoa do Promotor Sérgio Silva da Costa, encontram-se médicos e servidores conhecidos do meio hospitalar que atendem junto ao Hospital Regional Albert Sabin – HRAS, unidade regional (Alta Floresta, Paranaíta, Apiacás, Nova Monte Verde e Carlinda), que atende apenas pacientes de natureza grave e gravíssima.

O processo revela, por meio de mensagens interceptadas pela PJC/MT a pedido do MP/MT,  que os suspeitos envolvidos especificamente com o contrato de licitação ganho para administrar as UTIs de Alta Floresta instaladas pelo governo estadual dentro do Hospital Regional Albert Sabin – HRAS, conversam sobre a “negociata” de forma sombria, monstruosa e repugnante, digna dos personagens do clássico filme “O Médico e o Monstro” (Dr. Jekyll e Mister Hyde – obra de 1885 – Autor: Robert Louis Stevenson). Nas conversas o grupo de médicos e empresários para lucrar ilegalmente às custas das verbas públicas repassadas para o combate à covid-19.

Mortes omitidas criminosamente

Nas conversas trocadas, por meio de mensagens promíscuas, o grupo versou sobre a omissão de eventuais mortes e irregularidades no Hospital Regional de Alta Floresta (790 km de Cuiabá) com intuito de garantir um ‘acordo de paz’ entre as empresas. Os trechos foram obtidos por meio de perícia técnica e o Sistema “Guardião” nos celulares dos envolvidos Luiz Gustavo Castilho Ivoglo (Cuiabá) e Osmar Gabriel Chemin (São Paulo), em que os médicos comemoram o enriquecimento em virtude da pandemia.

Trechos do processo:

 

 

Na lista dos nome de empresas, médicos e servidores que correspondem aos supostamente envolvidos e citados no processo de  investigação criminal, conhecidos e residentes em Alta Floresta e região estão médicos, empresários servidores e até citação em conversas de gente graúda da política municipal e regional, entre eles encabeça a lista o ex-secretário de saúde municipal na gestão passada, Marcelo de Alécio Costa, o Dr. Renes Leão Silva Filho, a Dra. Catherine Roberta Castro da Silva Batista Morante, Thaisa Babilonia de Lima (esposa de Renes) e a Dra. Thais Caroline Cavalcante de Sousa.

 

O preço da morte

Por meio das empresas, a organização criminosa simulava concorrência para a imposição de valores muito maiores que os praticados no mercado, mas serviços não eram fornecidos na forma contratada e, segundo a polícia, por vezes contavam também com o consentimento de agentes públicos fiscalizadores. 

De acordo com as descobertas da Polícia Civil, os investigados e as empresas constituídas se dedicavam a fraudar licitações  e contratos de prestações de serviços médicos, principalmente de UTIs, em todo o Estado. Foram identificados contratos fraudulentos com hospitais municipais e regionais de Mato Grosso, especialmente durante o período da pandemia da covid-19, os investigados intensificaram suas ações, valendo-se da fragilidade dos gestores públicos que se viam obrigados a contratar com urgência e, praticamente, a qualquer preço, os serviços médicos de UTIs.

Acordos Ilícitos

Entre as aberrações praticadas pelo grupo criminoso suspeito e investigado pela PJC/MT, o que chama mais atenção é o acordo estabelecido entre o empresário/médico Renes Filho e o empresário/médico Gustavo Ivoglo, tratando quanto a cessão de administração do setor de UTIs no Hospital Regional de Alta Floresta através de uma simples conversa troca de mensagens onde a empresa ganhadora – (BONE M ESPECIALIZADA LTDA – registrada em nome de Osmar Gabriel Chemin, Gabriel naves Torres Borges e Alberto Pires de Almeida), recebeu  a bagatela de R$ 500.000,00 para repassar a administração absoluta das UTIs ao Dr. Renes Leão Silva Filho, pela pagos por meio de um único PIX, transferido direto da conta pessoal da esposa do Dr. Renes Leão Silva Filho, a empresária/anestesista Thaísa Babilonia de Lima, como se fosse o pagamento de rupa comprada em uma boutique de luxo. Para garantir o bom funcionamento do esquema até servidores administrativos do Hospital Regional Albert Sabin eram citados como protegidos e ao mesmo tempo favorecidos pelo grupo criminoso, para a PJC/MT há indícios fortíssimos de pagamentos de propinas para que os mesmo ficassem calados diante de todas as atrocidades cometidas pelos médicos responsáveis do setor de UTIs. 

Trecho

Fases da investigação

A fase da investigação iniciada ainda em 2021, que surgiu a partir de uma denúncias anônimas e foi apresentada em continuidade pelo delegado Paulo Trevisan, da DECCOR/MT (Delegacia Especializada de Combate a Corrupção), junto a 7ª Vara Criminal de Cuiabá, em Dezembro de 2022, trás até o momento num processo sigiloso de 3.178 páginas, o qual nossa redação teve acesso com exclusividade, o suposto envolvimento de servidores do primeiro escalão da Secretaria Estadual de Saúde – SES/MT, médicos, empresários, servidores regionais e até políticos membros da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso – ALMT.

Ao todo, 7 empresas e os respectivos envolvidos em toda trama, já tiveram seus bens e contas bloqueados pela justiça por meio a partir da 2ª fase da “Operação Espelho“, iniciada no último dia 24 de Março, que trás a notícia crime sobre a formação de suposto Cartel de empresas que desde a 1ª fase da operação, em 2021 (a primeira fase da Operação Espelho investigou fraudes e desvios de valores ocorridos no contrato de prestação de serviços médicos no Hospital Estadual Lousite Ferreira da Silva – hospital metropolitano), em Várzea Grande.

Como desdobramento das investigações, o núcleo de investigação da DECCOR/MT apurou que empresas contratadas integravam um cartel dedicado a fraudar licitações e contratos de prestações de serviços médicos, principalmente, de UTIs, em todo o estado. Foram identificados contratos fraudulentos com hospitais municipais e regionais de Mato Grosso.

Nesta 2ª fase da Operação Espelho, foi descoberto que, especialmente durante o período da pandemia da Covid-19, os agentes intensificaram suas ações, valendo-se da fragilidade e desespero de gestores públicos que se viam obrigados a contratar com urgência e, praticamente, a qualquer preço, os serviços médicos de UTIs.

Por meio de suas empresas, a organização criminosa simulava concorrência para a imposição de valores muito maiores que os praticados no mercado. Os serviços não eram fornecidos na forma contratada, por vezes com consentimento dos agentes públicos fiscalizadores. Pacientes eram internados nas UTIs desnecessariamente, visando apenas o aumento dos lucros.

Os prejuízos apurados, até o momento, superam a casa dos R$ 35 milhões, com potencial de sensível aumento, conforme a investigação.

Sequestro de bens

Por ordem judicial, e buscando a reparação ao erário, foram sequestrados 36 veículos e bloqueados mais de 20 imóveis. Entre os veículos estão de marcas de luxo como BMW, Land Rover, Porsche, Audi, Jaguar, além de camionetes e outros automóveis de alto valor de mercado. Também foram bloqueadas casas e lotes em condomínios de luxo, além de fazendas no estado, com o objetivo de chegar, ao menos, aos R$ 35 milhões em bens sequestrados.

CARROS APREENDIDOS NA OPERAÇÃO:

#operacaoespelho #matogrosso #pjcmt #gaecomt #hras #hospitalregionaldealtafloresta 

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Deputado Delegado Claudinei critica falta de estrutura da Politec de Alta Floresta

O deputado destacou que há grande necessidade de ampliar o efetivo e estruturas do Instituto Médico Legal – IML regional, pois o número de óbitos da região atinge em cheio a cidade pólo de Alta Floresta, por ser a maior cidade do nortão.

O próprio prédio da Politec é desprovido de segurança pois já foi arrombado duas vezes.

Após mais um falecimento de um morador, funcionário público, que atuava como gari no município de Alta Floresta, que não foi liberado por falta de estrutura operacional, da Perícia Oficial e Identificação Técnica – POLITEC, o deputado delegado Claudinei, presidente da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, veio a público destacar que há anos a cidade sofre com as mazelas causadas pelas deficiências na equipe nos equipamentos.

Além disso, só este ano a sede da Politec de Alta Floresta já foi arrombada duas vezes e houve a subtração de objetos e armas apreendidas pela polícia que ficavam na unidade.

O município absorve diariamente casos de óbitos de outras 7 cidades (Carlinda, Paranaíta, Nova Cannã, Apiacás, Nova Monte Verde e Nova Bandeirantes), que contam com a perícia técnica da Politec, sendo a única pode proceder quando em casos de mortes suspeitas, que ocorrem em grande número na região.

As únicas mortes que dispensam ser atestadas pela Politec são as clínicas e naturais, como aquelas que acontecem nos hospitais, e ainda assim, em alguns casos pede-se o acompanhamento da autarquia estadual.

No caso do morador que faleceu de um mal súbito em uma festa, a família teve que aguardar dias para poder enterrar o ente querido, o deputado Delegado Claudinei destacou o descaso do Estado com a situação dessas famílias, principalmente aquelas mais humildes, que não tem a quem recorrer para ver a dor de esperar sem respostas efetivas do poder público.

“A família do Denilson, de 33 anos, ficou aguardando alguns dias pela liberação do seu corpo. Situação lamentável! A família sendo impedida de realizar o velório do seu ente querido por negligência do Estado”, pontuou o deputado.

Para o deputado, uma das soluções mais práticas e emergenciais é a o chamamento dos aprovados em recente concurso público ocorrido no Estado de Mato Grosso, mas, que até o momento não há previsão de acontecer, além disso, o deputado diz ter apresentado cerca de quatro emendas na Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, que ampliarão os investimentos na área da segurança pública estadual em especial para atender os problemas pontuais de Alta Floresta e mais 2 municípios (Água Boa e Pontes Lacerda).

O caso de Denilson Souza de Queiroz, foi amplamente divulgado na mídia local e comoveu toda população, e retrata a também a falta de compromisso político de outras autoridades locais, a nível de município e estado, que precisam passar pelo vexame de ver um deputado de outra localidade recorrer ao Estado para sanar os problemas de uma região a qual não pertence a seu reduto eleitoral.

 

sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Candidato a vereador de Alta Floresta é preso por uso de drogas ilícitas

Apesar de não termos tido a confirmação do nome do pretenso vereador a uma das 13 cadeiras no legislativo municipal, foi detido, na tarde de terça feira (29/09), um dos 162 candidatos a vereador, por uso de drogas para consumo próprio.

QUEM SERÁ O CANDIDATO???

Segundo a Polícia Judiciária Civil não é permitido à divulgação do nome do mesmo. Apesar de ter sido flagranteado e conduzido à delegacia, o mesmo acabou por ser liberado após assinar um Termo Circunstanciado, que na verdade é um termo de compromisso e comparecer perante a justiça quando for designado.

Conforme consulta com alguns advogados e juristas, há divergências quanto à divulgação ou não de nomes de envolvidos em crimes menores, ainda que não se tenha tido a confirmação das suspeitas levantadas. Pois a lei de acesso de informação confronta a nova Lei de “abuso de autoridade” (Lei Nº 13. 869, de 5 de setembro de 2019), que impede a autoridade policial de repassar informações e características de suspeitos que possam ameaçar a segurança pública em geral. Mas, como agora a lei proíbe tudo e qualquer coisa quando o assunto é a divulgação de suspeitos e criminosos por parte da Polícia Civil, sob o risco de responderem administrativamente com a perda do cargo e processos por danos morais, pelo fornecimento de informações à imprensa.

O artigo 13 proíbe “constranger o preso ou detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência a exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública”.

Já o artigo 28 veda a “divulgação ou trecho de gravação com prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado”. A pena para o agente que infringir os termos dos artigos é de um a quatro anos e multa.

Na mesma legislação, o artigo 38 impede “antecipar, por meio de comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações e formalizada a acusação”.

A lei trata ainda de outros assuntos do tema, como a entrada de autoridades em residências sem prévia autorização judicial ou fora dos procedimentos previstos em lei e a modificação de locais de crimes.

Durma-se com um barulho desses, será que os eleitores não tem o direito de saber qual é o verdadeiro perfil daqueles que estão pretendendo assumir cargos políticos no município???

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

"Maníaco dos Pets" assusta população de Alta Floresta e mortes em série de animais continua em bairros diferentes

Dezenas de cachorros envenenados sem qualquer motivo está perturbando o sono da população que não consegue entender o por que tanta crueldade injustificada.

Os animais vem sendo encontrados em bairros diferentes após 1 semana de mortes, mas, sempre com o mesmo padrão criminoso.

O “serial killer de cães”, que já está sendo chamado pela população de “Maníaco dos Pets”, após o registro de mais de 20 animais encontrados nas ruas e em quintais de moradores, de Alta Floresta (800 Km de Cuiabá), ainda não foi identificado pela polícia que recebeu registro de pelo menos três proprietárias de animais vítima de envenenamento.

Os animais em sua grande maioria de rua, simplesmente aparecem mortos pela manhã, nos casos de animais domesticados ou de raça, os próprios proprietários estão recorrendo as autoridades para buscar uma maneira de frear aos atentados que estão se tornando quase que diários.

As ocorrências estão sendo caracterizadas como crueldade contra animais prevista na “Lei de Crimes ambientais”, no Artigo 32 da Lei 9605/98 , com agravante de aumento de pena em caso de morte da espécie. 

O veneno encontrado é misturado a pedaços de carne e um tipo de massa comestível ainda não identificada.

O “modus operandi” do “maníaco” é sempre o mesmo, em alguns casos, nos lugares aonde os animais são encontrados mortos, pela manhã, são encontrados umas “trouxinhas” (pacote de plásticos), com carne envenenada dentro do quintal, ou próximo ao animal.

Muitas famílias da cidade, preocupadas com seus pets, estão recolhendo os animais dentro de casa durante a noite e prestando mais atenção na movimentação de estranhos pela rua, bem com vistoriando seus quintais pela manhã.

Sofrimento dos animais

A reação do veneno é longa e dolorosa para os animais, pois podem levar horas para vir a óbito, enquanto isso gemem de dor, vomitam muito e espumam pela boca, algo simplesmente desesperador de ser visto por qualquer proprietário, conforme o relato dos proprietários.

 

Moradora publica nas redes sociais o drama de assistir a morte de seu animal sem poder fazer nada, mesmo sendo socorrido por veterinários.

 

As mortes vem sendo denunciadas desde o dia 10 de janeiro, ao um Grupo de Proteção aos Animais do município, segundo um dos dirigentes do grupo, Leir Ribeiro, as mortes não estão relacionadas a furtos de residências, o que leva a acreditar que os crimes estão sendo praticados “por pura maldade”.

Entre os bairros já atacados pelo maníaco estão: Setor B, Jardim das Flores, Jardim Guaraná, Setor industrial, Setor D e Jardim das Araras.

Durante a semana, alguns populares chegaram a cogitar que o crime poderia estar sendo praticado por profissionais dos correios ou da coleta de lixo municipal, mas, tudo não passou de especulação barata sem qualquer indício de prova.

A Polícia Judiciária Civil de Alta Floresta já está trabalhando no caso juntamente com a Politec (Setor de perícia forense da polícia), que recolheu material suspeito trazido pelos proprietários de animais mortos, e está analisando o tipo de veneno utilizado na ação do “maníaco”.

Informações e denúncias sobre quem estaria praticando o envenenamento dos animais, ou flagrantes de suspeitos podem ser repassadas diretamente via 190 (Polícia Militar) ou 197 (Polícia Civil) e o Whatsapp: (66) 9.9981 – 8232.

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"Maníaco dos Pets" assusta população de Alta Floresta e mortes em série de animais continua em bairros diferentes

Dezenas de cachorros envenenados sem qualquer motivo está perturbando o sono da população que não consegue entender o por que tanta crueldade injustificada.

Os animais vem sendo encontrados em bairros diferentes após 1 semana de mortes, mas, sempre com o mesmo padrão criminoso.

O “serial killer de cães”, que já está sendo chamado pela população de “Maníaco dos Pets”, após o registro de mais de 20 animais encontrados nas ruas e em quintais de moradores, de Alta Floresta (800 Km de Cuiabá), ainda não foi identificado pela polícia que recebeu registro de pelo menos três proprietárias de animais vítima de envenenamento.

Os animais em sua grande maioria de rua, simplesmente aparecem mortos pela manhã, nos casos de animais domesticados ou de raça, os próprios proprietários estão recorrendo as autoridades para buscar uma maneira de frear aos atentados que estão se tornando quase que diários.

As ocorrências estão sendo caracterizadas como crueldade contra animais prevista na “Lei de Crimes ambientais”, no Artigo 32 da Lei 9605/98 , com agravante de aumento de pena em caso de morte da espécie. 

O veneno encontrado é misturado a pedaços de carne e um tipo de massa comestível ainda não identificada.

O “modus operandi” do “maníaco” é sempre o mesmo, em alguns casos, nos lugares aonde os animais são encontrados mortos, pela manhã, são encontrados umas “trouxinhas” (pacote de plásticos), com carne envenenada dentro do quintal, ou próximo ao animal.

Muitas famílias da cidade, preocupadas com seus pets, estão recolhendo os animais dentro de casa durante a noite e prestando mais atenção na movimentação de estranhos pela rua, bem com vistoriando seus quintais pela manhã.

Sofrimento dos animais

A reação do veneno é longa e dolorosa para os animais, pois podem levar horas para vir a óbito, enquanto isso gemem de dor, vomitam muito e espumam pela boca, algo simplesmente desesperador de ser visto por qualquer proprietário, conforme o relato dos proprietários.

 

Moradora publica nas redes sociais o drama de assistir a morte de seu animal sem poder fazer nada, mesmo sendo socorrido por veterinários.

 

As mortes vem sendo denunciadas desde o dia 10 de janeiro, ao um Grupo de Proteção aos Animais do município, segundo um dos dirigentes do grupo, Leir Ribeiro, as mortes não estão relacionadas a furtos de residências, o que leva a acreditar que os crimes estão sendo praticados “por pura maldade”.

Entre os bairros já atacados pelo maníaco estão: Setor B, Jardim das Flores, Jardim Guaraná, Setor industrial, Setor D e Jardim das Araras.

Durante a semana, alguns populares chegaram a cogitar que o crime poderia estar sendo praticado por profissionais dos correios ou da coleta de lixo municipal, mas, tudo não passou de especulação barata sem qualquer indício de prova.

A Polícia Judiciária Civil de Alta Floresta já está trabalhando no caso juntamente com a Politec (Setor de perícia forense da polícia), que recolheu material suspeito trazido pelos proprietários de animais mortos, e está analisando o tipo de veneno utilizado na ação do “maníaco”.

Informações e denúncias sobre quem estaria praticando o envenenamento dos animais, ou flagrantes de suspeitos podem ser repassadas diretamente via 190 (Polícia Militar) ou 197 (Polícia Civil) e o Whatsapp: (66) 9.9981 – 8232.

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: