O “Bicho” vai pegar
Desmantelada agora a rede de prostituição organizada em Porto Velho, executada pela Polícia Civil, sob a supervisão do Ministério Público Estadual e a Secretaria de Segurança – SESDEC, onde foram presos e já ouvidos um empresário e duas cafetinas, prossegue agora a parte de depoimentos e aprofundamento das investigações, onde as próprias vítimas, sendo até o momento um total de sete, fornecem os elementos e detalhes da atuação de seus aliciadores.
Empresários promíscuos sustentavam a rede
Em depoimentos prestados na própria sede do Ministério Público, as vítimas estão revelando sem medo o tamanho, a profundida e os detalhes de todos os envolvidos, que segundo elas, passa de 20 empresários de renome que se revezavam no usufruto da prática criminosa de obter sexo com menores de idade. Nas próximas horas, não será surpresa se a capital ficar novamente perplexa com a prisão de certos “medalhões” que dantes posavam de bons pais de famílias.
Isso é só o começo
Na verdade, o que está acontecendo é a resposta de um clamor que vem ecoando há anos em Porto Velho de pais e mães que não sabem mais como combater a influência criminosa de Aliciadores, Traficantes, Pedófilos, Voyeurs (Psicopatas metidos a “observador”) e “Bandidas do Sexo” que provocam um verdadeiro abismo na vida e dignidade destes jovem e de seus familiares, quando não, acabam por tirar-lhes a própria vida em incursões desastrosas em “programas” arranjados com promessas de vida boa e fácil.
Quem se lembra de Jacy Paraná?
Não vai nem um ano que o Distrito de Jacy-Paraná estava estampado em todas as capas de sites e jornais do Estado e até em rede nacional pelo alto índice de prostituição e a violência desmedida. Algumas mães davam depoimentos comoventes que sufocavam até os mais frios, pois não viam salvação para suas filhas que apareciam grávidas de operários da Usina de Jirau, dos quais nem o nome direito lembravam. O descontrole e a falta de segurança era tão grande que algumas meninas eram assediadas no portão de casa mesmo, obrigando os pais a determinar um toque de recolher a partir das 18:00hs.
Pois é, Porto Velho está igualzinho.
Para quem não sabe ou não quer saber, além desta abordagem da Polícia Civil por ação do Ministério Público, a capital está infestada de festinhas, as chamadas “Haves”, espalhadas por diversos bairros afastados do centro aos fins de semanas, aonde milhares de jovens, em sua potencial maioria menores de idade, atraídas por “amigas”, perdem sua virgindade sob o efeito de álcool e drogas que “rolam soltas” dentro destes ambientes sem a menor fiscalização por parte das autoridades competentes. Ou pelo menos, ninguém ouve falar de qualquer operação ostensiva para coibir tais eventos.
Como funciona?
Em recentes investigações jornalística, a equipe da Gazeta esteve a poucos metros de um festa dessas e solicitou a presença da Polícia Militar e Civil, porém, após 5 horas de espera, desistiu de aguardar e retornou para a redação com o encerramento da “festa”, sem lograr êxito de registrar uma ação competente da Polícia. Em nossos registrou ficou constatado que estas mesmas festas são sustentadas por rapazes e homens adultos de classe média alta, em seus carrões e camionetes, que abastecem os locais com toda sorte de bebidas alcóolicas, energéticos e cerveja ao som de muita música de muito Funk, hip Hop e Techno. A localização, dos eventos, sempre estrategicamente em bairros da periferia, é mantida em segredo até o último dia e é publicada apenas para os membros conhecidos de gangues organizadas pelo Facebook ou enviada aos seus celulares pessoais horas antes de começar. Na chegada, os menores, meninos e meninas, que chegam a 80% dos frequentadores, são revistados por “seguranças” mal encarados e impedidos de saírem até que consumam uma cota suficiente para bancar a sua entrada, em alguns casos são cobrados ingressos em média pelo valor de R$ 20,00. Para cada frequentador do sexo masculino, tem que vir acompanhado de pelo menos três do sexo feminino, independente da idade, mas de preferência abaixo de 18 anos. O foco e o objetivo da festa deixa claro que é atrair o maior número de jovens indefesas para inseri-las no mundo das drogas, alcoolismo e atividades sexuais involuntárias, muitas vezes, desenvolvida em grupos, os quais eles chamam de “Equipes”. É muito duro para mim, como profissional de imprensa e pai de duas filhas escrever à sociedade em que vivemos sem confessar que a simples visualização de uma cena de aliciamento como essa sendo praticada contra uma de minhas filhas, desperta em mim os meus instintos mais primitivos e sinceramente nem sei se recorreria a Polícia para afastar esses vermes (sem a menor intenção de ofender os vermes), do círculo social da minha família.